segunda-feira, 15 de agosto de 2016

O Brasil virou o país do fanatismo? de 2014 a 2021


As  eleições presidenciais acabaram em outubro de 2014, com a legítima eleição da presidente Dilma Rousseff.
Desde então, à medida que cada vez mais pessoas aprenderam a escrever“impeachment”, a reação dos partidários de ambos os lados ganhou contornos ainda mais radicais. Em meados de março, duas manifestações tomaram conta das ruas das principais cidades brasileiras: uma a favor do governo, e a outra, maior em número, contra. Os protestos não registraram confusões, mas foram palco de cenas preocupantes: faixas com a suástica nazista pedindo a volta da ditadura militar em plena avenida Paulista, pessoas hostilizando jornalistas ideologicamente contrários ao movimento e acusações de golpismo para quem é contra o governo.
Durante os pronunciamentos da presidente e de dois de seus ministros na televisão,milhares de pessoas saíram na janela de casa para promover um panelaço – o barulho foi tão alto que abafou qualquer possibilidade de ao menos tentar ouvir o que diziam. Nada contra manifestações, é claro. O problema é que, ao ignorar opiniões contrárias, as pessoas tendem a aderir cegamente a uma posição, doutrina ou sistema e a caminhar numa direção perigosa: a do fanatismo.
Há alguns anos a ciência tenta explicar por que, afinal, é tão fácil alinhar-se a um conjunto de pessoas que encontrou um Judas particular e culpá-lo por todo o ­caos do universo. Uma prova disso é o paradigma dos grupos mínimos, elaborado nos anos 1970 pelo psicólogo Henri Tajfel, da Universidade de Bristol, na Inglaterra. Ao serem aleatoriamente agrupados de acordo com critérios irrelevantes, como o pintor favorito, os participantes do experimento criaram forte ligação entre aqueles que dividiam a mesma turma, exaltando suas qualidades e hostilizando os rivais. Ao final do experimento, formou-se o “nós contra eles” – será que alguém aí ouviu algo parecido com isso no que ficou convencionado chamar de protestos de março?
Ainda no século 19, o pensador francês Gustave le Bon já havia atentado para o comportamento bizarro das pessoas ao se unirem em grupos, formando uma espécie de mentalidade única irracional – ou o que o escritor Nelson Rodrigues chamaria de “unanimidade burra”. Na obra Psicologia das multidões (WMF Martins Fontes), de 1895, Le Bon escreveu: “Nas grandes multidões, acumula-se a estupidez, em vez da inteligência. Na mentalidade coletiva, as aptidões intelectuais dos indivíduos e, consequentemente, suas personalidades se enfraquecem”. É como se, ao se unir aos seus pares, as pessoas deixassem de usar a razão e passassem a deixar a emoção tomar conta, tornando-se presas fáceis de manipuladores. Segundo o historiador Jaime Pinsky, autor do livro Faces do fanatismo (Contexto), o grande perigo das devoções extremas é a convicção inabalável. “A certeza da verdade do fanático não é resultante de uma reflexão ou de uma dedução intelectual”, diz o escritor.
1936, BERLIM: alemães realizam a típica saudação nazista para receber o líder adolf hitler durante os jogos olímpicos realizados na cidade (Foto: Bettmann/CORBIS)
A isso se junta o experimento do psicólogo Philip Zimbardo, da Universidade Stanford. Há mais de 40 anos, ele resolveu simular o comportamento dentro de uma prisão, atribuindo aleatoriamente o papel de “guardas” e “prisioneiros” a estudantes. No entanto, o que deveria seguir por duas semanas durou apenas seis dias. Ninguém ali era Meryl Streep, mas os participantes do estudo interpretaram tão bem seus papéis que os “guardas” se revelaram verdadeiros sádicos, humilhando e causando traumas entre os “prisioneiros”. “Em grupo somos capazes de realizar ações que individualmente não seríamos”, diz Ligia Mendonça, participante do convênio do laboratório de psicopatologia clínica e psicanálise da Universidade de Toulouse.

domingo, 14 de agosto de 2016

PROJETO RURAL SUSTENTÁVEL: CONHEÇA, DIVULGUE, PARTICIPE


Até o 19 de agosto é o prazo para que os técnicos e produtores interessados apresentem suas propriedades como unidades de demonstração rural sustentável. O objetivo é ampliar o leque de tecnologias agropecuárias com baixa emissão de carbono e restauração de florestas em toda a área rural da Amazônia.
Para este Projeto Rural Sustentável serão selecionadas propriedades em 70 municípios brasileiros - 30 destes na região amazônica, nos estados de Mato Grosso, Pará e Rondônia. Cada propriedade aceite como unidade demonstrativa receberá um subsídio de 20 mil reais e todo o apoio técnico necessário à transferência tecnológica.
Os proprietários interessados em participar poderão ser classificados como: unidade de produção familiar rural, população tradicional, assentados da reforma agrária, associações e cooperativas, ou médios proprietários rurais (até 15 módulos fiscais) desde que seja proprietário, locatário, inquilino ou assentado do Plano Nacional de Reforma Agrária.
Este projeto tem como parceiros o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID, a Embaixada Britânica e o Banco do Brasil.
O Rural Sustentável pode ser visto, em detalhe, aqui no site oficial do projeto, onde estão disponíveis a lista completa dos 70 municípios participantes como você, pequeno proprietário rural, poderá participar.

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