Filho de Luís Marcelo Pesseghini é suspeito de matar pai, mãe, avó e tia.
Laudo do IC deverá ser entregue à Polícia Civil na próxima semana.
O sargento da Rota Luís Marcelo Pesseghini, de 40 anos, foi assassinado
dez horas antes que os outros parentes mortos na Brasilândia, na Zona
Norte de São Paulo,
segundo informou o SPTV deste sábado (10), após relato de médicos
legistas que trabalham no caso. A Polícia Civil suspeita que o filho do
sargento, o adolescente Marcelo Pesseghini, de 13 anos, matou o pai, a
mãe, a avó e a tia e na sequência se suicidou entre a noite de domingo
(4) e a madrugada de segunda-feira (5).
A informação sobre quando o sargento foi morto é baseada na análise das
manchas de sangue e constará no laudo do Instituto de Criminalística
que será entregue à Polícia Civil. O laudo necroscópico das outras
vítimas também deverá ser concluído na próxima semana. A Polícia Civil
aguarda agora a análise do computador usado pelo adolescente e dos
telefones celulares da família.
Esta semana, a polícia já havia informado que exames preliminares
apontavam a sequência de mortes na residência da Rua Dom Sebastião.
Primeiro teria morrido o pai do garoto, depois a mãe, a cabo Andréia
Regina Bovo Pesseghini, de 36 anos, em seguida, a avó dele, Benedita de
Oliveira Bovo, de 67 anos, e a tia-avó, Bernadete Oliveira da Silva, de
55 anos.
Depoimentos
Nesta sexta-feira (9), um professor e uma professora do Colégio Stella Rodrigues, onde estudava Marcelo, foram ouvidos pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). A Polícia Civil não deu detalhes sobre os depoimentos.
Nesta sexta-feira (9), um professor e uma professora do Colégio Stella Rodrigues, onde estudava Marcelo, foram ouvidos pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). A Polícia Civil não deu detalhes sobre os depoimentos.
"Nós queremos saber, principalmente, o comportamento do garoto na
escola. Se ele fez alguma confidência, qualquer coisa neste sentido. O
que vier para a gente, venha de onde vier, vai nos ajudar para gente ter
uma visão completa do caso", disse o delegado Itagiba Franco, do DHPP.
Ele insistiu no foco da polícia agora em descobrir a motivação do crime.
A Polícia Civil quer ouvir também duas vizinhas da família do garoto.
Uma delas teria presenciado por diversas vezes Marcelo colocando e
tirando o carro da garagem da casa onde ocorreram os crimes. A outra
vizinha, segundo Franco, relatou a uma emissora de televisão ter visto
um carro rondando a casa da família Pesseghini. A polícia tenta ainda
localizar outras duas vizinhas que teriam ouvido os tiros e outros
colegas de Marcelo. Para a Polícia Civil, Marcelo é suspeito de
assassinar a própria familia e depois se matar.
O delegado geral da Polícia Civil, Luiz Maurício Blazec, disse que a
investigação ainda não está concluída. "Nada está sendo desprezado,
todos os informes trazidos pelas testemunhas estão sendo verificados e
serão checados. A linha de investigação principal ainda é a autoria
atribuída ao menino. O caso ainda não está concluído, aguardamos os
laudos a fim de que eles possam ou não comprovar de forma concreta esta
tese", disse Blazec.
Nesta quinta-feira (8), um policial militar ouvido no DHPP disse que o
sargento da Rota Luís Marcelo Pesseghini, de 40 anos, havia ensinado o
filho a atirar. A informação foi confirmada pelo delegado Itagiba
Franco, responsável pela investigação.
Todas as vítimas morreram com tiros na cabeça disparados pela pistola
.40 que pertencia a Andréia, indicou a perícia realizada nos corpos. O
delegado citou que Marcelo tinha 1,60 metro e não era um garoto
franzino, apontando que ele tinha condição de manipular a arma. A
testemunha disse ter presenciado uma dessas "aulas de tiro", que
ocorriam em um estande na Zona Sul da capital paulista.
O PM, que morava na mesma rua da família, também informou ao DHPP que o
sargento e a mãe do jovem, a cabo Andréia Pesseghini, ensinaram o filho
a dirigir automóveis e que o jovem tirava o carro da família todos os
dias da garagem. O automóvel foi localizado na rua onde o garoto
estudava e a polícia investiga se ele dirigiu até lá, assistiu à aula e
só depois retornou para casa e se matou
O procurador-geral de Justiça, Márcio Fernando Elias Rosa, designou
nesta quinta os promotores Norberto Joia e André Luiz Bogado Cunha para
acompanhar as investigações sobre as mortes da família na Zona Norte. Os
promotores deverão acompanhar Franco em todas as oitivas.
Motivação
O delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Luiz Mauricio Blazeck, disse nesta quinta-feira que as investigações buscam, agora, a motivação do crime.
O delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Luiz Mauricio Blazeck, disse nesta quinta-feira que as investigações buscam, agora, a motivação do crime.
Questionado se existe a possibilidade da participação de outra pessoa
no crime, Blazeck informou que essa “não é uma questão fechada”.
“Dependemos dos laudos para confirmar isso. Por enquanto, continua a
versão inicial”, disse, em relação ao envolvimento apenas do garoto de
13 anos nos assassinatos.