domingo, 15 de abril de 2018

COMO SURGIU A INDUSTRIA DO PETRÓLEO - A Batalha do Petróleo




A Indústria do petróleo nasceu em fins do século passado. Fonte constante de riqueza, ela se tornou, em pouco tempo, uma indústria essencialmente monopolista. Assim, sua história acompanha a própria história do imperialismo em nosso século — com o desenvolvimento desigual do capitalismo nos diferentes Estados, a partilha dos mercados e das jazidas, os novos concorrentes, o entrelaçamento dos interesses dos monopólios com os interesses estatais. É a história da paz e da guerra, das correlações de forças que se modificam, das soberanias nacionais que desaparecem, se restauram ou se conquistam.

Nestes trinta últimos anos — sabe-se bem — a história do petróleo tem por eixo a luta entre dois velhos rivais: a "Royal Dutch" e a "Standard Oil", o que, no fundo, quer dizer: os Rothschild e os Rockfeller, o Chase National City Bank e a City de Londres, o governo inglês e o governo americano.

Quem primeiro saiu em campo foi a Inglaterra, potência marítima interessada no combustível mais útil e mais barato para a sua frota, e em bases de abastecimento em todas as partes do mundo. Aliás, o negócio era profundamente lucrativo, desde o início, e condicionava, por outro lado, o domínio do mar. O dinheiro inglês se instala nos primeiros poços, no Oriente e na América do Norte. Em 1919, a Grã-Bretanha controla as jazidas do mundo, combate a "Standard Oil" dentro mesmo dos Estados Unidos — o que permite que o banqueiro Edward cante vitória e zombe dos ianques, cujos poços supõe esgotados, já nessa época. Era o fim da primeira guerra mundial. Mas os americanos não tardaram em compreender toda a imensa importância dessa riqueza. Em 1945, fim da segunda guerra mundial, o quadro é bem diferente: as companhias americanas controlam metade das jazidas exploradas e metade das reservas efetivas do mundo, sem contar as que têm em casa; e sua ameaça de expansão se intensifica contra a potência inglesa em defensiva. Nesses trinta anos decorridos, novos contendores surgiram, tomaram posições, ameaçaram, recuaram, desapareceram. A França foi reduzida a um papel secundário, isolada, com 25% apenas das ações, nos poços do Iraque e em parte de Katar. A luta contra a Alemanha, concorrente sério no continente, teve altos e baixos. Já em 1912, os ingleses tratavam com o "Deutsche Bank", e fundavam com ele a Sociedade Petrolífera da Turquia, que, dois anos depois, poria a mão sobre os poços de Mossul, no Oriente Médio. Os banqueiros alemães avançavam sobre o petróleo da Romênia e da Indonésia. Em 1935, a Itália se apossa das jazidas da Abissínia; em 1939, dos poços do Sul da Albânia. Suas intrigas perturbam o mundo árabe, onda se acham as maiores reservas de petróleo no mundo. O petróleo sintético abre uma segunda frente, sem alterar, no entanto o equilíbrio das forças em presença.

De 1940 a 1945, os alemães são os senhores absolutos do petróleo europeu e ameaçam o grande manancial de Baku, enquanto, de outro lado, o Japão domina uma das quatro grandes bacias petrolíferas que se conhecem: as índias Orientais. De Leste e de Oeste, partindo da Birmânia e partindo do Egito, as potências do Eixo ameaçam envolver a mais importante reserva mundial — o Próximo e Médio Oriente.

Mas em 1945, batidos o imperialismo alemão e o militarismo japonês, ingleses e americanos defrontam-se na arena do petróleo. As contradições entre os vencedores no fizeram mais que se aprofundar, embora a relação de forças tenha mudado profundamente. A ofensiva ianque visa a conquista completa do mundo; a defensiva inglesa visa guardar o máximo de posições, enquanto procura novos pontos de apoio e novas reservas. Dentro dessa luta — um e outro — continuam a ameaçar e a conspirar contra a independência e os interesses dos povos em cujas terras o petróleo brota ou se esconde. Daí, os acordos, as sondagens, a utilização da força militar, econômica e política no jogo das pressões internacionais.


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