terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Peritos não encontram vestígios de pólvora na mão de promotor argentino.

Bilhete deixado para empregada coloca em dúvida hipótese de suicídio. Presidente Cristina Kirchner volta a comentar morte de Alberto Nisman no Facebook


BUENOS AIRES — A promotora argentina Viviana Fein, que investiga a causa da morte de Alberto Nisman, afirmou nesta terça-feira que não foram encontrados vestígios de pólvora nas mãos do promotor que denunciou a presidente Cristina Kirchner, segundo o jornal argentino “La Nación”. A partir desta terça-feira, o caso ficará a cargo da juíza Fabiana Emma Palmaghini.
Viviana Fein explicou que a autópsia indicava que o promotor teria se matado, porque não houve “intervenção de terceiros”, mas ela não descartou a possibilidade de suicídio induzido.
Outro dado que coloca em dúvida a hipótese de suicídio foi a descoberta de um bilhete escrito por Nisman para a empregada com a lista de compras que ela deveria fazer na segunda-feira.
De acordo com relatos preliminares, o promotor deu um tiro na cabeça com uma pistola calibre 22, horas antes de apresentar no Congresso detalhes sobre sua investigação, na qual acusa Cristina de acobertar a participação de iranianos no atentado contra a sede da Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA) em 1994.
O chefe do Gabinete argentino, Jorge Capitanich, pediu nesta terça-feira para investigar se houve “pressão ou extorsão” na morte de Nisman.
— É absolutamente imprescindível fazer várias perguntas: por que no sábado (o promotor) pediu uma arma. Se sofria pressão, se sofria algum tipo de ameaça. Se as ameaças vinham de agentes de inteligência ou de estrangeiros. Por que interrompeu uma viagem.
Nesta terça-feira, a presidente voltou a comentar no Facebook a morte do promotor. Em sua página oficial, ela repetiu a frase publicada no dia anterior, na qual dizia que a denúncia de Nisman contra ela buscava “desviar, mentir, encobrir e confundir”.
Manifestantes atenderam à convocação das redes sociais e saíram às ruas na segunda-feira nas províncias de Beunos Aires, Tucumán, Mendoza, Rosario, Salta e Córdoba para exigir esclarecimentos sobre a morte do promotor e expressar consternação com um dos episódios de maior gravidade institucional ocorridos na última década na Argentina.

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