*Plutocratas Parte [3] os donos do Mundo (*A plutocracia [do grego ploutos: riqueza; kratos: poder] é um sistema perpetuo no qual o poder é exercido pelo grupo mais rico)
Seguindo
instruções que o próprio Mayer registrou em testamento, o filho mais
velho da família Rothschild assumiria o cargo de líder após a morte do
pai.
Seu
nome era Nathan, o agente encarregado da filial de Londres, onde seria
instalado o novo quartel-general da rede de banqueiros (e lá permanece até hoje).
Nathan fora um indivíduo excepcional, dotado do espírito artístico do pai.
Uma das célebres frases de Mayer que se tornaria a favorita de Nathan – “deixe que eu controle a moeda de uma nação, e não me interessa saber quem escreve suas leis” – pode ser considerada o mandamento único para todos os banqueiros internacionais desde o século XVIII.
Não
tardou para os banqueiros voltarem seus olhos para o próximo alvo da
cruzada – a França. Sir Walter Scott, em seu renomado livro “A Vida de Napoleão”, claramente afirma que a Revolução Francesa foi financiada por agiotas europeus.
Partidários
dessa teoria apontam para um seleto grupo de manda-chuvas estrangeiros
manipulando os pivôs da revolução nas sombras do anonimato, exatamente
como na Inglaterra.
Com o tempo, os nomes de algumas dessas eminências pardas veio à tona, como Moisés Mendelssohn (o responsável pela entrada do Iluminismo na França) e Adam Weishaupt (então Grão-Mestre das Lojas Maçônicas do Grande Oriente).
Acredita-se
que ambos tenham sido contratados por Mayer Rothschild para fazer da
França o segundo de muitos estados comandados por um supra-governo de
banqueiros internacionais.
O
primeiro passo foi paralisar a economia francesa em uma teia de
dívidas [*6] – utilizando sua influência política na Inglaterra, foi
fácil para os Rothschild arrastar a França para um estado de ruína
pós-guerra.
Veio
a necessidade de empréstimos bancários. Os Rothschild os concederam,
mas foram sábios – o débito francês seria medido em ouro e prata,
nenhum dos quais a França produzia.
A
dívida externa explodiu. A situação era passada de um administrador
corrupto para o outro, nenhum dos quais tinha perícia ou interesse em
solucionar a crise.
Deflagraram a Revolução Francesa, que, como os livros de história nos contam, exacerbou-se em sanguinolência escabrosa.
Os
líderes da revolta de ontem eram mortos pela multidão amanhã. Tendo o
anonimato obsessivo dos banqueiros como pano de fundo nessa história,
fica claro que a sucessão de mortes infundadas não foi produto
acidental da histeria popular...
G. Renier, em “A Vida de Robes Pierre”, conta que o último ídolo da revolução fez um longo discurso ao povo pontuado de acusações ao anoitecer da insurgência.
Discursou Pierre:
-
“Eu não ouso dar nome a eles nessa hora e lugar. Eu não ouso
desmascarar esse mistério de iniqüidade. Mas eu posso afirmar com
grande certeza que entre os autores dessa trama estão os agentes de um
sistema corrompido e extravagante, o mais poderoso meio inventado por
estrangeiros para derrocar a República. Eu me refiro aos apóstolos
impuros do ateísmo, e da imoralidade que lhe serve de base.” -
Às
duas da madrugada daquela mesma noite, Robes Pierre tomou um tiro no
rosto, e foi arrastado para a guilhotina ao romper da manhã seguinte.
Isso foi em 1794. Em 1800, o Banco da França foi fundado...
Não é difícil ver um padrão se formando, certo?
Os
Rothschilds exaltaram o seu triunfo sobre a Europa antecipadamente –
com a Inglaterra e a França subjugadas, não haveria inimigo capaz de
frear a era do capitalismo global.
Mas uma nova força política competiria com essa visão.
Napoleão reuniu os pedaços de uma França estraçalhada, e a inspirou a investir na maior de suas cruzadas imperialistas.
Não devendo nada aos agiotas, ele era abertamente contra um banco central na França.
Em 1815, declarou [*7]:
-
“Quando um governo depende de banqueiros para obter dinheiro, eles, e
não os governantes, controlam a situação, uma vez que a mão que dá está
acima da mão que recebe. O dinheiro não tem pátria. Financiadores não
têm patriotismo nem decência. Sua única meta é o lucro.” –
Napoleão
viu o perigo que todos ignoravam. Tanto que se negou a pedir
empréstimos na hora de montar seu imenso exército expansionista – em
vez disso, ele vendeu um vasto território que a França possuía nos
Estados Unidos da América para o então presidente Thomas Jefferson, no
famoso episódio da venda da Lousiana.
Sem sombra de dúvida, o novo general extinguiria o Banco de França assim que pudesse atentar para assuntos domésticos.
Napoleão
provou ser um estrategista formidável. Ele levou seu nome até os
confins da Europa, deixando uma trilha de exércitos dizimados para
trás.
Os Rothschilds, temerosos de sua independência, financiaram toda e qualquer nação que se opusesse ao general.
A
Inglaterra, a Prússia, a Áustria e finalmente a Rússia se endividaram
seriamente na tentativa de detê-lo. Mas não conseguiram.
Foi
quando o ambicioso Nathan, então em seus trinta anos, decidiu tomar as
rédeas da situação e encabeçou um plano que traria um fim à revanche
francesa.
Ele pessoalmente contrabandeou um carregamento de ouro através da própria França, e direto nas mãos do Duque inglês de Wellington – que então desferiu o golpe mortal na campanha napoleônica.
Os
anais contam que Nathan se gabou da investida ostensivamente. Mas seu
relacionamento com Napoleão era único, e eles ainda haviam de se
antagonizar novamente.
Contra
todas as expectativas, Napoleão escapou de Elba, e em 1815, pegou
cinco milhões de libras emprestadas do banco francês Ouvard – e voltou a
liderar uma cornucópia de soldados desertores.
Os
Rothschilds entraram em pânico, assim como todos os banqueiros sob a
tutela da Grand Bretanha. Mas Nathan decidiu usar a situação para
alcançar um objetivo que ele vinha almejando há muito tempo.
Nathan colocou um amigo chamado Rothworth de vigia na batalha de Waterloo.
Escondido
próximo ao canal inglês, Rothworth assistiu o combate em tempo real,
até ficar taticamente claro que Wellington extirparia Napoleão do mundo
pela segunda e última vez.
O agente correu com a notícia, e a entregou a Nathan 24 horas antes do próprio mensageiro de Wellington.
Nathan apressou-se para a bolsa de valores em Londres.
Ele era o centro das atenções – todos sabiam do lendário sistema usado pelos Rothschilds para transmitir notícias.
Se o exército de Napoleão tivesse triunfado, a França seria a mestra indiscutível de uma nova e submissa Europa.
A
moeda britânica seria devastada. Se a Inglaterra ganhasse, por outro
lado, o cônsul multiplicaria seu valor. Será que os Rothschilds sabiam o
resultado da batalha?
Sem o menor sinal de emoção, Nathan e seus agentes começaram a vender. Sem parar.
O valor do cônsul foi por água abaixo.
Ficou óbvio na bolsa que ele sabia de Waterloo – Wellington deve ter perdido.
Com
os nervos à flor da pele, e confiantes no diagnóstico dos Rothschild,
os investidores presentes se livravam do máximo de cônsuls possíveis
por minuto, comprando ouro e prata a fim de reter uma parte de seus
capitais.
Após horas desse processo, um cônsul valia cinco centavos de dólar.
Foi
quando as ordens de Nathan para seus agentes mudaram. Ao invés de
vender cônsuls, eles imediatamente compraram todas as unidades da moeda
inglesa à vista – por um preço que não valia nem o metal em que era
forjada.
Logo
chegaram notícias dos couriers oficiais de Wellington. Napoleão não
teve êxito. A Grande Britânia estava destinada à supremacia
inquestionável do cenário político europeu.
O
cônsul atingiu valores cósmicos. Seu peso no mundo ocidental não
parava de crescer enquanto a população absorvia a profundidade das
mudanças acarretadas por Waterloo.
Cem anos mais tarde, o jornal americano New York Times publicaria
uma reportagem contando que o neto de Nathan entrou com um processo
jurídico para censurar um certo livro contendo essa história da bolsa
de valores [*8].
Por
quê? Napoleão perdeu a guerra, mas Nathan Rothschild ganhou a posse do
Banco da Inglaterra. Era a sua meta desde o início...