terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Manifestantes invadem prédios oficiais em cidades a oeste da Ucrânia

Segundo a mídia local e a polícia, sedes administrativas foram tomadas.
Prédio usado pela oposição pegou fogo em Kiev.


Manifestantes antigoverno invadiram prédios governamentais em algumas cidades do oeste da Ucrânia, informou a mídia local e a polícia na noite desta terça-feira (18). Segundo a agência de notícias Reuters, sedes administrativas em Ivano-Frankivsk e em Lviv foram tomadas, assim como uma delegacia de polícia em Ternopil.
  O legislador oposicionista Oleksander Aronets disse que manifestantes também tomaram o escritório do procurador-geral de Ternopil. Eles "queimaram todos os casos contra os heróis ucranianos", disse o legislador em seu perfil do Facebook. 
O presidente Viktor Yanukovytch esteve reunido com o oposicionista Vitali Klitschko na noite desta terça mas, segundo o ativista, as tentativas de diálogo falharam ao tentar encontrar uma solução pacífica para o conflito. "Infelizmente eu não trago nenhuma boa notícia das conversas", disse Klitschko, segundo o site Ukrainska Pravda. De acordo com o oposicionista, a conversa acabou após o presidente exigir que a Praça da Independência, usada pelos manifestantes em Kiev, fosse incondicionamente esvaziada.
O edifício usado pela oposição ucraniana na praça pegou fogo durante uma manifestação na noite desta terça, segundo mostraram redes de TV. Os ativistas deixavam o prédio na praça central de Kiev, ocupada desde dezembro pelos opositores ao governo, e alguns estavam sendo retirados em macas.
O número total oficial de mortes nos tumultos desta terça aumentou para 18, segundo a agência de noticias Reuters.
As manifestações contra o governo começaram em novembro, depois que o presidente cedeu à pressão da Rússia e desistiu de um tratado comercial com a União Europeia, preferindo a ajuda financeira do Kremlin.
A oposição havia prometido uma "ofensiva pacífica" para pressionar os deputados no Parlamento, reunindo 20 mil pessoas para uma passeata que degenerou em violentos confrontos.
A polícia utilizou bombas de efeito moral e balas de borracha contra os manifestantes, que responderam com pedras contra os agentes que protegiam o local.
Mais de 200 manifestantes atacaram durante a manhã a sede do partido do presidente com coquetéis molotov e quebraram as portas com machados. Os ativistas chegaram a invadir e ocupar o local, mas precisaram se retirar com a aproximação das forças de segurança.
Rússia x UE
Estes foram os primeiros confrontos em Kiev desde o fim de janeiro, quando os enfrentamentos deixaram quatro mortos e mais de 500 feridos.
Durante a manhã, o comando da oposição, na Praça da Independência, ocupada há três meses pelos manifestantes hostis ao presidente Yanukovytch, tentava evitar os confrontos entre os elementos mais radicais dos protestos e a polícia.
"Nosso objetivo é cercar o Parlamento e bloquear o local para impedir que os deputados nomeiem um primeiro-ministro 'russo'', declarou Andrii Parubii, deputado de oposição e integrante do partido da ex-primeira-ministra Yulia Timochenko.
Uma ala da oposição acredita que Yanukovytch poderia nomear nesta terça-feira um novo primeiro-ministro.
A oposição acusa o governo ucraniano de ceder às pressões de Moscou desde que Yanukovytch desistiu de assinar, em novembro, um acordo de associação com a União Europeia e optou por uma negociação com a Rússia.
O embaixador americano na Ucrânia, Geoffrey Pyatt, lamentou "a retomada da violência" na capital do país. "É preciso que a política seja feita no Parlamento, e não na rua", escreveu em sua conta no Twitter.
Por sua vez, a diplomacia russa declarou que este retorno à violência é o resultado da política dos ocidentais que encorajaram a escalada de tais atos. "O que acontece atualmente na Ucrânia é o resultado direto da política e apaziguamento dos políticos ocidentais e das estruturas europeias que, desde o início da crise, fecham os olhos para atos agressivos das forças radicais no país, incentivando a escalada e as provocações contra a autoridade legal", considerou o ministério russo das Relações Exteriores em um comunicado.
"Nós pedimos mais uma vez à oposição ucraniana para que renuncie às ameaças e aos ultimatos e que inicie um diálogo com o poder a fim de permitir uma saída para a crise", acrescentou o ministério.
O governo afirmou que, a partir de 0h desta quarta, vai limitar o tráfego de carros em Kiev para tentar deter a escalada dos protestos.

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