Fé de Albert Einstein
A opinião comum de que sou ateu repousa sobre grave erro. Quem a
pretende deduzir de minhas teorias científicas não as entendeu.
Creio em um Deus pessoal e posso dizer que, nunca, em minha vida, cedi a uma ideologia atéia.
Não há oposição entre a ciência
e a religião. Apenas há cientistas atrasados, que professam
ideias que datam de 1880.
Aos dezoito anos, eu já considerava as teorias sobre o evolucionismo mecanicista e casualista como irremediavelmente antiquadas. No
interior do átomo não
reinam a harmonia e a regularidade que estes cientistas costumam
pressupor. Nele se depreendem apenas leis prováveis, formuladas na base
de estatísticas reformáveis. Ora, essa indeterminação, no plano da matéria,
abre lugar à intervenção de uma causa, que
produza o equilíbrio e a harmonia dessas reações
dessemelhantes e contraditórias da matéria.
Há, porém, várias maneiras de se representar Deus.
* * * * *
“A mais bela e profunda emoção que se pode experimentar é a sensação
do místico. Este é o semeador da verdadeira ciência. Aquele a quem seja
estranha tal sensação, aquele que não mais possa devanear e ser
empolgado pelo encantamento, não passa, em verdade, de um morto.
Saber que realmente existe aquilo que é impenetrável a nós, e que se
manifesta como a mais alta das sabedorias e a mais radiosa das belezas,
que as nossas faculdades embotadas só podem entender em suas formas mais
primitivas, esse conhecimento, esse sentimento está no centro mesmo da
verdadeira religiosidade.
A experiência cósmica religiosa é a mais forte e a mais nobre fonte de
pesquisa
científica.
Minha religião consiste em humilde admiração do espírito superior e
ilimitado que se revela nos menores detalhes que podemos perceber em
nossos espíritos frágeis e incertos. Essa convicção,
profundamente emocional na presença de um poder racionalmente superior,
que se revela no incompreensível universo, é a ideias que faço de
Deus.”
ALBERT EINSTEIN (1879-1955)
(colaboração
de: Ronney Robson
d'Avila Mendes
)
Extraído do livro AS MAIS BELAS ORAÇÕES DE TODOS OS
TEMPOS, cuja coleção e tradução foram de Rose Marie Muraro e frei Raimundo
Cintra (organizadores); editora José Olympio, 166 p.. Parece-me que a reedição
do livro foi feita pela editora Pensamento.
Em 1921, quando perguntado pelo rabino H. Goldstein, de New
York, se acreditava em Deus, Albert Einstein, físico alemão de origem judaica,
que dispensa apresentações, respondeu: "Acredito no Deus de Spinoza,
que se revela por si mesmo na harmonia de tudo o que existe, e não no Deus que
se interessa pela sorte e pelas ações dos homens".(*)
Nessa mesma ocasião, muitos líderes religiosos diziam que a teoria da relatividade "encobre com um manto o horrível fantasma do ateísmo, e obscurece especulações, produzindo uma dúvida universal sobre Deus e sua criação" (**). Tese discordante integralmente, pois Einstein confessou a um assistente que no fundo seu único interesse era descobrir se no instante da criação Deus teve escolha de fazer um universo diferente e, caso tenha tido opção, por que é que decidiu criar esse universo singular que conhecemos e não outro qualquer? Dizia ainda, "Minha religião consiste em humilde admiração do espírito superior e ilimitado que se revela nos menores detalhes que podemos perceber em nossos espíritos frágeis e incertos. Essa convicção, profundamente emocional na presença de um poder racionalmente superior, que se revela no incompreensível universo, é a ideias que faço de Deus" (***) (*) Citado em Golgher, I. O Universo Físico e humano e Albert Einstein, B.H: Oficina de Livros, 1991, p. 304 (**) Citado em Idem, ibidem, pp 304-305. (***) Albert Einstein. Extraído do livro "As mais belas orações de todos os tempos".
Muita razão teve Einstein para pronunciar as memoráveis palavras com que saudou o grande Max Planck. Disse ele: — “Há muitas espécies de homens que se dedicam à Ciência, nem todos por amor à própria Ciência.
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