Grupo é suspeito de desviar recursos de construções de casas populares.
Mandados foram executados em Brasília, Fortaleza e São Paulo.
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quarta-feira (17) uma
operação para investigar denúncias de fraudes relacionadas à execução do
Programa Minha Casa, Minha Vida, do governo. Foram cumpridos oito
mandados de busca e apreensão nas cidades de São Paulo, Brasília e
Fortaleza, todos expedidos pela Justiça Federal.
O pedido de investigação partiu do Ministério da Justiça após reportagem
publicada pelo jornal "O Globo", em abril, que mostrava que nos
municípios de até 50 mil pessoas onde há obras do Minha Casa Minha Vida,
pequenas construtoras subcontratadas pagam propina a uma empresa para
fazer parte do programa.
De acordo com as investigações, um suposto esquema envolvendo
instituições financeiras, correspondentes bancários, empresas de fachada
e seus respectivos responsáveis estaria desviando recursos destinados à
construção de casas populares nesses municípios.
Segundo a PF, há indícios de que ex-servidores do Ministério das
Cidades atuariam junto ao programa prestando serviços inexistentes e, em
alguns casos, recebendo uma espécie de pedágio a partir da cobrança de
empresas contratadas para a construção de unidades habitacionais que,
segundo as denúncias, jamais foram construídas.
As empresas investigadas atuavam, segundo a PF, na concessão e
fiscalização da implementação das obras, na indicação das construtoras,
na liberação dos recursos e na construção das casas, ou seja, o grupo
investigado atuava em todas as fases do Programa Minha Casa Minha Vida
acumulando funções que, segundo a polícia, são incompatíveis entre si.
Os responsáveis pelo esquema poderão responder por crime contra o
sistema financeiro nacional, estelionato, tráfico de influência e
lavagem de dinheiro, cujas penas podem atingir 32 anos de prisão.
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